Tempo livre
há muito que não se há vento que mova ao menos essa carapuça intacta que se deteve contra mim, a impelir-me ao mais tácito e inativo imovimento. Na brandura, no rasgo, no ar que se respira, na atmosfera que se está a viver. Não. Não pode ser. É que olhando agora, mais de perto, como quem se mescla ao contínuo do tempo é que vejo que se-me perdi nalgum instante e agora, não tem mais volta: tem recomeço, do zero, como cravar-se ao mapa da linha reta uma nova partida, uma nova era. Se me é permitido agora, vou chorar. Porque me perdi? Talvez. Mas é que vejo tanto e tudo e todos se acertando e a mim do começo tão distante. De entender do que se trata. E sigo andando, sem rumo, sem tez, sem coordenadas...é certo dizer que sei pronde estou indo, poque de perdido só tenho o dia de ontem, que não mais está. Dou a volta no horizonte pra tentar me achar. Não, não pode ser. Como pude deixar que o tempo me desconsertasse quando deveria expô-lo a construção mais verossímil de mim mesmo, e agora, vejo-me como renascido de trás pra frente, na medida que se passa, virar do velho sábio, ao bebê extremo. Mais um ano e a impressão será a mesma: de que tudo passou e que não fiz absolutamente nada, nada do que quis. Será essa a verdadeira definição do tempo livre, isto que tenho, aos meus dedos, inomeado, inaudito...bravo de quem sabe o que quer, que eu, cidadão ignoto, "ignútil", reles tempero de um prato maior se delicia a esperar de si mesmo a grande virada, que talvez jamais acontecerá.
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